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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DOSSIÊ ÁGUA (PARTE I)


DOSSIÊ ÁGUAFONTES CADA VEZ MAIS ESCASSAS. O esgotamento das reservas hídricas do planeta não é causado por fatores naturais, mas pelo mau gerenciamento que fazemos das fontes e de seus usos. O planeta já enfrenta uma crise de água. O volume que circula por mares, rios e lagos, que é guardado nos depósitos subterrâneos, como gelo nas calotas polares ou em umidade da atmosfera, jamais diminui ou aumenta. No entanto, um recurso renovável não se mantém, necessariamente, inesgotável e de boa qualidade todo o tempo. Tudo depende do equilíbrio entre a renovação e o consumo. Muitos povos vivem em zonas áridas, e mesmo regiões com fartos recursos hídricos passam esporadicamente por secas que afetam os mananciais. Isso sempre foi assim, no decorrer da história. A diferença na situação atual, é que enfrentamos uma ameaça de escassez crônica de proporções globais, cuja grande causa são as atividades humanas. A crise da água é menos uma questão de escassez real e mais de mau gerenciamento do uso desse recurso. E a falta de água põe em risco não só a saúde humana como também o desenvolvimento socioeconômico e a paz de toda a sociedade. Do total de cerca de 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água que revestem o globo, apenas 2,5% são de água doce. Além disso, a maior parte da água doce não está disponível ao homem – ou está congelada nas geleiras e calotas polares ou se encontra escondida em depósitos subterrâneos. A natureza não distribui a água de maneira equilibrada pelo mundo. Enquanto há regiões com recursos hídricos em abundância, outras não dispõem do mínimo diário de 20 a 50 litros por pessoa recomendado pela ONU, apenas para as necessidades básicas. É o caso do Brasil. O país é riquíssimo em recursos hídricos, mas o maior volume está na bacia amazônica, a região de menor densidade populacional. No outro extremo, capitais e regiões metropolitanas do Sudeste, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, de expressiva concentração demográfica, já está ameaçadas de escassez hídrica e são obrigadas a buscar água em bacias cada vez mais distantes. Ao contrário do volume de água do planeta, que jamais se altera – nem para mais, nem para menos – a população mundial cresce aceleradamente. Assim, para uma mesma quantidade de água existem mais e mais bocas sedentas. É fato: o desenvolvimento industrial tem grande peso na queda do nível dos rios e aqüíferos. Por isso, quando mais rica for uma população, maior será o consumo de água por cabeça. As emissões de carbono e as mudanças na paisagem, com a destruição de matas e a impermeabilização dos solos, alteram o regime das chuvas, desequilibrando o ritmo do ciclo hidrológico. Na Ásia Central cresce a tensão entre Tadjiquistão, Quirguistão e Uzbequistão em razão do uso compartilhado das reservas de água da região, que vêm se reduzindo dramaticamente: os glaciais do Tadjiquistão diminuíram sua área em um terço nos últimos 50 anos, e o Quirguistão perdeu mais de mil glaciares, no mesmo período. Na Nigéria, o saneamento básico é inexistente e o abastecimento de água da população depende dos fornecedores particulares, que vendem água doce de poços, lagos e regatos, nem sempre livres de contaminação.

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